Foi um carnaval que tomou Avenida Paulista para fechar campanha de Lula e Haddad candidatos do PT à Presidência da República e ao governo de São Paulo que protagonizam a “Caminhada da Vitória” ao lado de lideranças políticas, movimentos sociais e pesquisas favoráveis a Lula e Haddad muito próximo de uma virada histórica
Com RBA
Os candidatos do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, encerram as campanhas em um desfile de carnaval na Avenida Paulista, em São Paulo. Por volta das 14h um grande número de pessoas já se concentrava na frente do Masp em uma movimentação iniciada com uma ‘invasão’ de motoboys na via. Por volta das 16h, a chamada “Caminhada da Vitória” saiu em direção à Praça Roosevelt com dezenas de milhares de pessoas em um desfile carnavalesco envolvendo movimentos sociais. A senadora Simone Tebet (MDB) e a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) engrossam a lista de apoios políticos, bem como o candidato a vice na chapa com Lula, Geraldo Alckmin (PSB).
Na rua, a presença da bateria da escola de base da Vai-Vai, tradicional escola de samba da capital paulista, embalando o samba “Enredo da Esperança”. O desfile enaltece símbolos da democracia e lembra os grandes desafios do ano que vem, como trabalho, saúde, educação, meio ambiente, inflação, habitação e direitos humanos. As centrais sindicais levaram o tema Trabalho, Emprego e Renda, com alegorias de carteiras de trabalho, e defesa de “salário decente, emprego pra gente”. A seguir vinam a ala da Educação, com a Apeoesp, Saúde, Meio Ambiente, Combate a Carestia. A habitação vem com o MTST, FLM, UMM e MSTC. Movimentos negro, de mulheres e LGBTQIA+ destacam direitos humanos. Lula, Alckmin e Haddad vão na ala da Esperança da Caminhada da Vitória.
Reconstrução e padrão de civilidade
Antes de sair, Lula falou com os jornalistas, ao lado de Haddad, Alckmin e do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica. Ele abriu a conversa afirmando que o país precisa voltar a ter credibilidade. “Esse país precisa ser reconstruído com base numa pessoa que tenha credibilidade junto ao povo brasileiro. As pessoas não podem ser pegas se surpresa com ofensas e desacatos”, falou. Lula citou também o isolamento internacional do país sob o governo Bolsonaro. “Não existe nenhum país do mundo tão isolado hoje como o Brasil. O presidente Bolsonaro não tem relação internacional e ainda faz questão de brigar com os vizinhos”, disse. “Uma das coisas que eu quero em ganhando as eleições é fazer uma viagem para reestabelecer relações com a nossa querida América do Sul, com os Estados Unidos, União Europeia, China para poder reestabelecer um padrão de civilidade na relação internacional do Brasil”.
Brasil precisa de nós
Horas antes, ainda pela manhã, Simone Tebet participou de um café da manhã ao lado dos deputados federais Alexandre Padilha (PT-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP). “Quero me dirigir àqueles que estão em dúvida e, muitas vezes, no anominato que não querem declarar o voto e acabam atrapalhando por não convencer outros a votarem (em Lula). Este é o momento que o Brasil mais precisa de nós”, disse, de acordo com a Folha de S. Paulo.
Passe livre
Os usuários de transporte público não precisarão pagar passagem de Metrô, CPTM, EMTU e ônibus intermunicipais de todo o estado de São Paulo neste domingo (30), no segundo turno das eleições. A “isenção” vale para as linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 9-Diamante e 9-Esmeralda da ViaMobilidade e ViaQuatro. A medida não é decorrente de boa vontade do governador Rodrigo Garcia (PSDB). Foi determinada por medida liminar à ação popular proposta pela deputada estadual Professora Bebel (PT).
Pesquisas
A última rodada de pesquisas medindo as intenções de votos para a Presidência da República confirmam resultado que há meses os institutos vêm apontando, de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL). Os números começaram a sair na manhã desde deste sábado (29), menos de 24 horas antes do início do pleito no país. Também saíram números para o governo do Estado de São Paulo. Lula, ao lado de Fernando Haddad, encerrou a campanha em São Paulo, com um carnaval acompanhado por dezenas de milhares de pessoas.
Os primeiros levantamentos, da CNT/MDA e Paraná, foram na contramão dos outros institutos nos dias anteriores. Deram crescimento de Bolsonaro e queda de Lula em um ambiente de empate técnico. Os números causaram estranheza nas redes sociais, gerando suspeitas de que poderiam estar sendo divulgadas no fim da manhã para criar um falso clima de virada. A partir do meio da tarde, porém, as pesquisas Atlas, Ipec e Datafolha confirmaram a vantagem de Lula em cenários de estabilidade, com flutuações dentro da margem de erro.
Atlas e Ipec confirmam Lula
O Atlas apontou vitória de Lula por 53,4% a 46,6% dos votos válidos, vantagem de 6,8 pontos percentuais, 0,4 maior em relação à pesquisa do mesmo instituto. Nos votos totais, Lula obteve 52,4% da preferência contra 45,7% do adversário, além de 1,9% de brancos e nulos. Logo depois, o Ipec, contratado pela TV Globo, apresentou 54% a 46% em favor de Lula, números sem alterações em relação à divulgação anterior. No total de intenções de voto, 50% a 43%, com 5% de brancos e nulos e 2% de indecisos. Foram entrevistadas 4.272 pessoas em 236 municípios entre quinta-feira (27) e sábado (29). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Lula nas pesquisas Datafolha e Quest
No início da noite, o Datafolha também indicou Lula na frente nos votos válidos, com 52% das intenções contra 48% de Jair Bolsonaro. A pesquisa foi feita com 8.320 eleitores entre os dias 28 e 29 de outubro, com margem de erro de dois pontos percentuais. No levantamento anterior, a vantagem de Lula era de 53% a 47%. Nos votos totais, Lula soma os mesmos 49% de antes e Bolsonaro oscilou de 44% para 45%. Brancos e nulos são 4% e indecisos, 2%. O Datafolha ouviu 8.308 pessoas em 253 municípios, entre sexta (28) e no sábado (29).
Por fim, a Quaest também viu Lula vencendo por 52% a 48% nos votos válidos, com margem de erro de dois pontos percentuais. Nos votos totais, o petista tem 45% das intenções e o atual presidente, 42%, no cenário estimulado. O instituto entrevistou duas mil pessoas pessoalmente entre os dias 28 e 29 de outubro.