Profissionais questionam postura do ministro em relação à vacinação infantil e Renan Calheiros pede cadeia para Queiroga o chamando de “bajulador” do presidente
Da Redação
Segundo matéria exibida no site Rede Brasil Atual. Médicos que foram secretários municipais de Saúde e que exerceram a função de presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP) encaminharam ao Conselho Federal de Medicina (CFM) uma solicitação para abertura de processo ético-profissional contra o ministro da Saúde Marcelo Queiroga. A alegação é que o titular da pasta no governo Bolsonaro teria cometido infrações éticas graves no exercício da medicina.
Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tivesse aprovado o uso da vacina Pfizer/BioNTech em crianças de 5 a 11 anos em 16 de dezembro, o ministro da Saúde não tomou as medidas cabíveis para a execução da imunização, com a justificativa de ouvir a opinião de especialistas, alegando “razões totalmente inconsistentes”, de acordo com o texto assinado por 30 profissionais; “A vacinação desta parcela significativa da população viria em hora apropriada, face ao risco que neste momento representa a emergência da variante ômicron, e também em função do retorno das aulas.”
Os médicos lembram que a justificativa inicial para não implementar a vacinação, relacionada à segurança da vacina, é uma “inverdade que contraria absolutamente ao que se observou em milhões de doses desta vacina já aplicadas nessa faixa etária em outros países, inclusive nos EUA e países da Europa”. E completa dizendo que ele é “incoerente com sua obrigação ética como médico de utilizar o melhor do conhecimento e da ciência para beneficiar o indivíduo e a sociedade”.
Impor exigência de prescrição médica para aplicação das vacinas em crianças também é outro fato mencionado no documento, que classifica a iniciativa como uma “limitação ao exercício do direito das crianças quanto à vacinação, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente” o ECA. Nesta quarta-feira (5), a pasta divulgou ter aberto mão da exigência de receita médica para imunização na faixa etária dos 5 aos 11 anos. Queiroga claramente usa o cargo para ‘interesses políticos e ideológicos’ baseando-se não na ciência e sim nas falas do seu chefe, Bolsonaro.
O Ministério da Saúde informou na quarta-feira, 05, ter encomendado 20 milhões de doses da vacina da Pfizer para crianças, quantidade que seria suficiente para a aplicação apenas da primeira das duas doses recomendadas para o imunizante. Não é por menos que recebe encarreiradas críticas, uma delas foi do relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB) que o chamou de bajulador.
O senador Renan Calheiros usou o Twitter nesta quinta-feira (6) para pedir a prisão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e outros “irresponsáveis” envolvidos no recrudescimento da pandemia no país e no “apagão” de dados do Ministério da Saúde. “Os casos de Covid estão aumentando, surgem variantes, o Ministério da Saúde tem apagões de dados e é tocado por um bajulador negacionista enquanto hospitais voltaram a encher. Cadeia para esses irresponsáveis’, escreveu Calheiros na sua conta no Twitter.
Capa: Isac Nóbrega/PR
Com informações do RBA/Brasil de Fato
Uma resposta para “Médicos pedem abertura de processo ético contra Queiroga e relator da CPI fala em cadeia”