O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que procuradores que atuaram na Operação Lava Jato devolvam os recursos de diárias e viagens que receberam quando trabalhavam na força-tarefa que investigou desvios na Petrobras.
Com Brasil 247
A determinação do ministro do TCU para que devolvam o dinheiro de diárias e viagens recebidos por eles faz parte de um jogo político antilavajatista, disse Carlos Fernando dos Santos Lima nesta quarta-feira, 10. O, ex-integrante da Lava Jato em Curitiba (PR) e considerado como um dos mentores do grupo, criticou a determinação do ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), de que procuradores da força-tarefa devolvam milhões de reais em diárias pagas durante a operação.
Em entrevista para um site nacional, ele diz que desconhece o teor da decisão e ainda não foi intimado, mas acredita que ela cairá no plenário do TCU ou na Justiça. “Chamam procuradores para trabalhar de fora da sua lotação em outro Estado e não querem pagar? Não entendo. Eu me pergunto quantas diárias o ministro Bruno Dantas não ganha”, questionou o ex-procurador.
Para Santos Lima, a determinação do ministro do TCU faz parte de um jogo político antilavajatista. “No caso Banestado também ganhei diárias, entrei na Justiça porque pagaram menos e ganhei no STJ [Superior Tribunal de Justiça]. Então, já é reconhecido o direito dos procuradores de ganhar diária”, acrescentou. Segundo dados do MP-TCU, Santos Lima recebeu R$ 361 mil em diárias e gastou R$ 88 mil em passagens de 2014 a 2018, enquanto trabalhou na operação.
Integram a lista de procuradores citados no despacho:
– Antonio Carlos Welter (R$ 506 mil em diárias e R$ 186 mil em passagens);
– Carlos Fernando dos Santos Lima (R$ 361 mil em diárias e R$ 88 mil em passagens);
– Diogo Castor de Mattos (R$ 387 mil em diárias);
– Januário Paludo (R$ 391 mil em diárias e R$ 87 mil em passagens); e
– Orlando Martello Junior (R$ 461 mil em diárias e R$ 90 mil em passagens).
O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também será citado para devolver os recursos solidariamente.
Um dos líderes consórcio, Deltan Dallagnol — que anunciou que irá deixar o MP para militar oficialmente na política — também será citado para devolver o dinheiro gasto com diárias e passagens.Tanto Janot como Dallagnol podem ter seus planos políticos frustrados já que se condenados ficarão inelegíveis.
Charge do Aroeira
Com informações do ConJur