O jornal Estado de S.Paulo mantém as informações de que o ministro da Defesa procurou o presidente da Câmara para condicionar o processo eleitoral de 2022 com a implantação do voto impresso, numa clara tentativa de golpe. Tanto Netto quanto Lira desmentiram a versão do jornal e negam diálogo
Com Brasil 247
O Jornal Estado de S.Paulo declarou na manhã desta quinta-feira (22) que mantém as informações de que o ministro da Defesa, Braga Netto, procurou o presidente da Câmara, Arthur Lira, para condicionar o processo eleitoral de 2022 com a implantação do voto impresso, numa clara tentativa de golpe. Se não for tentativa de golpe pode ser intimidação sim, Arthur Lira é um frouxo e jamais admitiria isso, seu empenho no momento é frear Lula com outro golpe no escuro chamado semipresidencialismo.
Tanto Netto quanto Lira desmentiram a versão do jornal e negam que o diálogo tenha ocorrido. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, disse nesta quinta-feira (22) ter conversado com Netto e Lira (PP-AL), e ambos negaram ameaça às eleições do próximo ano. Tudo jogo pra enganar trouxas. Gilmar Mendes também se manifestou dizendo não haver espaço para ditadores armados no Brasil.
Jair Bolsonaro não está isolado em seu projeto de implantar uma ditadura no Brasil. Ele conta com o apoio do general Braga Netto, seu ministro da Defesa e homem de confiança. É o que revelam as jornalistas Andreza Matais e Vera Rosa, em reportagem publicada no Estado de S. Paulo. “No último dia 8, uma quinta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), recebeu um duro recado do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por meio de um importante interlocutor político. O general pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável. Ao dar o aviso, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica”, apontam. Esses militares que apoiam o bolsonarismo nas Forças Armadas são minoria, um bando de farda tosca ao estilo General Heleno caindo aos pedaços.
A portas fechadas, Lira disse a um seleto grupo que via aquele momento com muita preocupação porque a situação era “gravíssima”. “Lira considerou o recado dado por Braga Netto como uma ameaça de golpe e procurou Bolsonaro. Teve uma longa conversa com ele, no Palácio da Alvorada. O presidente da Câmara disse ao chefe do Executivo que não contasse com ele para qualquer ato de ruptura institucional. Líder do Centrão, bloco que dá sustentação ao governo no Congresso, Lira assegurou que iria com Bolsonaro até o fim, com ou sem crise política, mesmo se fosse para perder a eleição, mas não admitiria golpe”, informam as repórteres.
Braga Netto falou ao G1 sobre o tema após um evento no Ministério da Defesa.”Hoje foi publicada uma reportagem na imprensa que atribui a mim mensagens tentando criar uma narrativa sobre ameaça feitas por interlocutores a presidente de outro poder. O Ministro da Defesa não se comunica com os presidentes dos poderes por meio de interlocutores. Trata-se de mais uma desinformação que gera instabilidade entre os poderes da República em um momento que exige a união nacional”, afirmou Braga Netto.