Em mensagem de PM que negociava vacinas superfaturadas, Pazuello aparece em nova versão do “um manda, outro obedece”, desta vez em relação ao subordinado, Roberto Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde
Por Plinio Teodoro
A submissão do general Eduardo Pazuello a Jair Bolsonaro (Sem partido) se refletia na relação com subalterno no Ministério da Saúde, segundo mensagem que consta no celular do PM Luiz Paulo Dominguetti revelada nesta quarta-feira (7) pelo jornalista Octávio Guedes, no G1.
Em mensagem do dia 20 de fevereiro, quando o grupo de Dominguetti negociava a venda de vacinas superfaturadas ao governo, Guilherme Filho Odilon – que levou o PM a negócios de medicamentos – escreve uma frase bem parecida com a “um manda, outro obedece”, pronunciada por Pazuello sobre a relação com Bolsonaro.
“A pessoa que tem a caneta é o Roberto Dias, caso ele tenha interesse, o Ministro acata”, diz Odilon a Dominguetti, referindo-se ao então ministro Pazuello e ao diretor de Logística do Ministério da Saúde, que presta depoimento à CPI do Genocídio nesta quarta.
“Gabinete da Presidência”
Mensagens encontradas em seu aparelho revelam que Dominguetti teria recebido informações privilegiadas sobre a negociação de vacinas diretamente do gabinete do presidente da República.
No dia 9 de março, Dominguetti escreve para Cristiano Carvalho, CEO da Davatti, empresa que prometia milhares de doses da AstraZeneca ao governo. “Já me posicionaram aqui. Amanhã até 12h passam o e-mail a ele. Só a quantidade que não tem ainda”.
O CEO da Davatti quer saber a origem da informação de Dominguetti. “Informação o Blanco, posso dizer”, pergunta Cristiano. “Gabinete da Presidência da República. Melhor que ele”, responde o policial.