A informação foi do presidente da União Química Fernando de Castro Marques na tarde desta quinta – feira 04 de fevereiro.
Da Redação
A farmacêutica União Química, que obteve autorização para produzir a vacina russa Sputnik V contra a COVID-19 no Brasil e começará a produzir a vacina imediatamente após obter autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Na quarta-feira 3, a Anvisa flexibilizou seus requisitos para a autorização de vacinas contra a COVID-19 no Brasil, o que pode acelerar a aprovação da Sputnik V. A vacina já está sendo usada em vários países, incluindo na América do Sul.
Segundo Fernando de Castro Marques, a empresa ainda poderá importar imunizantes prontos da Rússia.”Negociamos com o fundo a possibilidade [de importar] dois milhões de doses da Sputnik V para embarque entre fevereiro e março”, revelou o presidente da União Química. Informações divulgadas no começo da semana informam que a Sputnik V tem eficácia comprovada de 91,6%, imunizante ainda não foi aprovado pela Anvisa mas já tem propostas de compras pelo estados da Bahia e Maranhão.
Eficácia de 91,6%
Outro fator que favorece a aprovação da Sputnik V pela Anvisa seria a publicação dos resultados de seus testes da terceira fase na renomada revista científica britânica The Lancet. “A publicação da The Lancet foi muito importante porque ela não só recebe o trabalho e publica, ela audita a pesquisa que foi feita na fase três na Rússia”, explicou Marques.
Os dados apontam que o imunizante russo tem eficácia de 91,6% para casos sintomáticos de COVID-19, além de eficácia de 100% para casos graves e moderados. Para Marques, a publicação dos dados “consolida a informação e a segurança na utilização da Sputnik V”.
Os resultados mostraram que, “entre os casos analisados, mais de 98% dos voluntários desenvolveram uma resposta imune humoral e 100%, uma resposta celular. O nível de anticorpos neutralizantes do vírus nos voluntários vacinados com Sputnik V é 1,3 a 1,5 vezes maior do que o nível de anticorpos dos pacientes que se recuperaram da covid-19”.
Transferência de tecnologia
Em outubro de 2020, a farmacêutica União Química selou acordo com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo). O acordo garante a transferência da tecnologia do imunizante desenvolvido pelo Centro Gamaleya à farmacêutica brasileira.
“Nós estamos em um processo de transferência tecnológica, conforme o acordo que fizemos com o RFPI, então isso requer fazer o lote-piloto do IFA [ingrediente farmacêutico ativo], que está sendo produzido na nossa unidade de biotecnologia em Brasília”, contou Marques.
“Isso garante uma confiança e transparência muito importante para a constituição da melhor vacina que tem no mercado hoje, que é a Sputnik V”, disse o presidente da farmacêutica.
Aprovação da Anvisa
Neste momento, o início da vacinação dos brasileiros com o imunizante russo, portanto, depende somente da aprovação da Anvisa. A agência havia suspendido temporariamente o pedido de uso emergencial realizado pela União Química, alegando que não havia testes clínicos com o imunizante realizados no Brasil.
“O pedido nosso de uso emergencial está lá dentro desde o dia 15 de janeiro”, disse Marques. “Ele não foi cancelado, foi suspenso em função de falta de documentos […] da fase três.”
Os entraves burocráticos levaram o governo da Bahia, em parceria com o Consórcio de Governadores do Nordeste, a entrar com pedido no Supremo Tribunal Federal para garantir a aprovação da vacina. Já que como já é usada em outros paises poderia entrar imediatamente na imunização dos brasileiros que perdem mais de “MIL” pessoas por dia.
Na última terça-feira (2), a prefeitura de Guarulhos e outros 11 municípios do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê, também se juntaram ao coro. Eles assinaram carta de intenção para adquirir 300 mil doses da vacina russa.
Com informações da Agência Sputnik